O racionamento de água ou a intermitência no abastecimento foram registrados em 176 municípios da Paraíba, segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2017, divulgada nesta quarta-feira (22), pelo IBGE. O módulo de gestão do saneamento básico apresenta informações fornecidas pelas Prefeituras sobre quadro técnico, legislação e diferentes serviços prestados à população.
Proporcionalmente, esse número representa 78,9% dos 223 municípios paraibanos, percentual maior do que o registrado na média da região Nordeste, de 65,1%, e na do Brasil, de 41,6%. O período levado em consideração é composto pelos 12 meses anteriores à pesquisa.
De acordo com a pesquisa, 90 cidades informaram que o racionamento era constante, independente da época do ano; em outros 19, ocorria todos os anos, na mesma época; e em 67, era irregular. Em relação à frequência do racionamento, a intermitência ocorria alguns dias por semana, em mais da metade dos 176 municípios; acontecia diariamente, por algumas horas, em 17 municípios; e foi registrada em um dia por semana, em 10 cidades.
O principal motivo apresentado pelos municípios paraibanos para o racionamento foram problemas de seca ou estiagem, reportados por 141; seguidos por insuficiência de água no manancial, em 135; e por deficiência na distribuição de água, em 45. Na Munic, pode haver mais de uma razão para intermitência no abastecimento, por local.
A pesquisa apontou ainda que, em 214 municípios, existiam domicílios que utilizavam uma solução alternativa ao abastecimento de água por rede geral de distribuição. Desses, 22 tinham registro dessas residências, de modo que informaram que a maioria, cerca de 9,6 mil do total, tinha carro pipa como alternativa. Outra parcela significativa, 2,6 mil, tinha poço raso ou nascente e 2,5 mil tinham poço profundo.
Saneamento nas áreas urbanas e rural
Conforme a Munic, em 60,5% dos municípios em que existe rede geral de distribuição de água, a cobertura é total na área urbana, enquanto nos demais ocorre apenas parcialmente. Na zona rural, porém, não há rede em 55% das cidades e em apenas 2,2% a abrangência na área é completa.
Já em relação à rede coletora de esgoto, as proporções são bem diferentes, uma vez que, na área urbana, a cobertura é completa em apenas 8,5% dos municípios onde o serviço está disponível. Enquanto isso, na área rural, nenhuma cidade tem essa mesma condição e cerca de 80,7% não tinham rede de esgotamento sanitária.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.