727 pontes federais estão em condições ruins ou péssimas
24 de dezembro de 2024
Redação

A queda da Ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, no último domingo (22), na divisa entre Tocantins e Maranhão, reforçou preocupações sobre a segurança das pontes federais no Brasil. O caso, que deixou a região em alerta, reflete a precariedade de várias estruturas administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Um levantamento do Ministério Público aponta que, até maio de 2023, 727 pontes federais foram classificadas como críticas ou ruins. Dessas, 130 estão em estado extremamente deteriorado, enquanto 597 apresentam problemas sérios de conservação. O número equivale a 12,5% das 5,8 mil pontes geridas pelo Dnit, que também administra viadutos e passarelas.

A ponte Juscelino Kubitscheck fazia parte da categoria 2, referente a condições ruins, segundo a classificação do Dnit, que avalia as estruturas em cinco níveis: crítico, ruim, regular, bom e ótimo. No Brasil, apenas 67 pontes estão classificadas como ótimas, enquanto 1,5 mil são regulares e 2,2 mil estão em boas condições.

Entre os estados com maior número de pontes críticas ou ruins, destacam-se Ceará (77 pontes), seguido por Pernambuco, Minas Gerais e Pará. Estruturas nessas condições podem apresentar fissuras, falhas nas fundações ou problemas no sistema de drenagem.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou a abertura de uma sindicância para apurar as causas do colapso. Enquanto isso, balsas foram disponibilizadas para a travessia entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), mas caminhões precisam recorrer a rotas alternativas.

A ponte, localizada na BR-230, era fundamental para a conexão entre o Nordeste e a Amazônia. Entre 2021 e 2023, recebeu um contrato de manutenção no valor de R$ 3,5 milhões. Apesar das intervenções, não suportou o colapso. Em maio de 2024, o Dnit chegou a lançar um edital de R$ 13 milhões para reabilitação da estrutura, mas as melhorias não foram concluídas a tempo.

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