No estado da Paraíba, em 2022, entre os 30,1 mil indígenas residentes, havia 22,5 mil com 15 anos ou mais de idade, das quais 18,2 mil sabiam ler e escrever um bilhete simples (alfabetizadas) e 4,2 mil não sabiam realizar essa mesma atividade (não-alfabetizadas), de acordo com a publicação Censo Demográfico 2022 Indígenas – Alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios, segundo recortes territoriais específicos, divulgados nesta sexta-feira (4).
A taxa de alfabetização dos indígenas foi 81,1% em 2022, abaixo da taxa estadual, que foi de 84% para esse grupo de idade. A taxa de analfabetismo dos indígenas foi 18,9% deste contingente populacional, quase 3 pontos percentuais (p.p.) acima da taxa estadual (16%). Essa taxa de analfabetismo dos indígenas é maior entre aqueles residentes em terras indígenas (21,6%), em relação aos que moram fora de terras indígenas (14,8%).
Entre 2010 e 2022, taxa de alfabetização das pessoas indígenas com 15 anos ou mais de idade no estado, cresceu 7,4 pontos percentuais (p.p.), tendo passado de 73,8% para 81,1%, respectivamente. Esse crescimento foi superior ao verificado em nível estadual, de quase 6 p.p. (passou de 78,1% para 84%, respectivamente). Ressalte-se que a taxa de alfabetização de indígenas em terras indígenas teve crescimento ainda maior do que em relação ao total dos indígenas, pois cresceu 8,6 p.p. (de 69,8%, para 78,4%). Apesar disso, ficou com taxa menor do que a verificada para o total dos indígenas.
Por outro lado, esse levantamento constatou uma queda de 7,4 p.p. na taxa de analfabetismo entre as pessoas indígenas de 15 anos ou mais de idade (de 26,2% para 18,9%), que foi mais intensa que a redução entre a população estadual, de quase 6 p.p. (passou de 21,9%, para 16%, respectivamente). Além disso, observou-se- redução maior do analfabetismo entre os indígenas que residem em terras indígenas, de 8,6 p.p. (passou de 30,2%, em 2010, para 21,6%, em 2022).
Fonte: IBGE/Censos Demográficos.
Cerca de 55,8% dos domicílios com pelo menos um morador indígena, está em condições de precariedade de saneamento
Em 2022, do total de 12.174 domicílios particulares permanentes com pelo menos um morador indígena, na Paraíba, cerca de 55,8% (6.793 domicílios) tinha pelo menos uma situação de precariedade ou ausência de saneamento básico relacionados a abastecimento de água, destinação de esgoto ou destinação do lixo, ou seja, com ausência de abastecimento de água canalizada até o domicílio proveniente de rede geral, poço, fonte, nascente ou mina; ou ausência de destinação do esgoto para rede geral, pluvial ou fossa séptica; ou ausência de coleta direta ou indireta por serviço de limpeza.
Para essa análise, foram retirados desse grupo os indígenas que viviam em habitações sem paredes ou malocas, pelas características próprias desses domicílios, em que não é esperada a presença de canalização de água até dentro da habitação ou banheiro, por exemplo.
Quando comparado com os domicílios particulares permanentes de toda a população residente no estado, verifica-se que 41,6% estão nessa situação, ou seja, 14,4 p.p. a menos quando comparado com a realidade dos domicílios em que há moradores indígenas.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.