Ascensão da colaboração após início do calvário
22 de abril de 2019
Redação

A partir da saída do advogado Solon Benevides da defesa da ex-secretária de Administração do Estado, Livânia Farias, os rumos das investigações s Operação Calvário podem ser redirecionados. O anúncio causou rebuliço na tarde calma da segunda-feira depois da Páscoa. Ressurreição vem logo após o calvário. As autoridades aguardam as decisões da principal investigada no âmbito do Poder Executivo estadual, que pode culminar com um acordo de colaboração premiada.

Embora já se falasse abertamente da possibilidade (e houve até quem dissesse que Livânia já falado), o Gaeco desmente qualquer depoimento nesse sentido. Pelo menos por enquanto, se vê mais especulação do que comprovação fática de que as investigações foram robustecidas com novis depoimentos da ex-secretária. Mas ninguém pode negar que a expectativa existe, a partir do movimento da saída de Benevides. Nos bastidores fala-se que o “foro íntimo”alegado pelo advogado tem a ver com outros clientes que ele é patrono da defesa e que seriam citados numa eventual colaboração premiada pela ex-secretária.

Há ainda a expectativa em torno da permanência ou não do advogado Shayner Asfora na equipe de defesa de Livânia. Nas próximas horas, Shayner pode estar anunciando a mesma decisão de Benevides e, sendo assim, ratificando a disposição de Livânia em falar e entregar o esquema que envolveria nomes do parlamento e do Executivo estadual, notadamente ada gestão passada.

Para fazer colaboração premiada, que se convencionou chamar de delação, é necessário que o autor traga à baila fatos novos, elementos capazes de formar uma convicção de prova dentro do processo em andamento. Nomes novos, detalhamento de métodos usados, mapeamento do esquema criminoso que é descrito pelo Ministério Público e a cadeia de beneficiamento da dinheirama esparramada em caixas de vinhos em notas estalando de novinhas.

No caso das provas jogarem luzes sobre integrantes do governo, o afastamento pode se dar de imediato e até mesmo a decretação da prisão, caso a Justiça assim entenda como necessária. Na hipótese de envolvimento de membros do Legislativo (deputados, senadores, vereadores), o processo pode descambar para a cassação, já que o mandato estaria enlameado pela corrupção estampada em dinheiro de caixa 2. O certo é que o calvário de muitos homens públicos e mulheres públicas da Paraíba está apenas começando.

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