Ascensão da colaboração após início do calvário
Embora já se falasse abertamente da possibilidade (e houve até quem dissesse que Livânia já falado), o Gaeco desmente qualquer depoimento nesse sentido. Pelo menos por enquanto, se vê mais especulação do que comprovação fática de que as investigações foram robustecidas com novis depoimentos da ex-secretária. Mas ninguém pode negar que a expectativa existe, a partir do movimento da saída de Benevides. Nos bastidores fala-se que o "foro íntimo"alegado pelo advogado tem a ver com outros clientes que ele é patrono da defesa e que seriam citados numa eventual colaboração premiada pela ex-secretária.
Há ainda a expectativa em torno da permanência ou não do advogado Shayner Asfora na equipe de defesa de Livânia. Nas próximas horas, Shayner pode estar anunciando a mesma decisão de Benevides e, sendo assim, ratificando a disposição de Livânia em falar e entregar o esquema que envolveria nomes do parlamento e do Executivo estadual, notadamente ada gestão passada.
Para fazer colaboração premiada, que se convencionou chamar de delação, é necessário que o autor traga à baila fatos novos, elementos capazes de formar uma convicção de prova dentro do processo em andamento. Nomes novos, detalhamento de métodos usados, mapeamento do esquema criminoso que é descrito pelo Ministério Público e a cadeia de beneficiamento da dinheirama esparramada em caixas de vinhos em notas estalando de novinhas.
No caso das provas jogarem luzes sobre integrantes do governo, o afastamento pode se dar de imediato e até mesmo a decretação da prisão, caso a Justiça assim entenda como necessária. Na hipótese de envolvimento de membros do Legislativo (deputados, senadores, vereadores), o processo pode descambar para a cassação, já que o mandato estaria enlameado pela corrupção estampada em dinheiro de caixa 2. O certo é que o calvário de muitos homens públicos e mulheres públicas da Paraíba está apenas começando.