A coligação “Campina, Grande de Novo” recebeu com tranquilidade a decisão da Justiça Eleitoral que negou, nesta quinta-feira (22), o pedido de liminar feito pelo Psol, em Campina Grande, para a cassação do registro de candidatura de Artur Bolinha (Novo) na disputa pela prefeitura acusando-o de ter utilizado as redes sociais para fazer gesto associado a supremacistas brancos.
Ao analisar o pedido de antecipação de tutela, feito pela agremiação, a juíza Daniela Falcão Azevedo, da 17ª Zona Eleitoral, não viu presentes de forma inequívoca os argumentos alegados pelo partido ligado à esquerda.
Isso porque o gesto usado pelos skinhead para indicar as iniciais de white power, ou supremacia branca, é tradicionalmente usado no Brasil como símbolo de “ok”. “Registre-se que, conforme informado na exordial, há comunicado da ADL – Liga Anti-difamação, que identifica o gesto como símbolo de ódio, contudo, faz a ressalva de que, na maior parte das vezes, o seu uso ainda indica aprovação ou que algo está bem. Dessa forma, “deve-se tomar um cuidado especial para não tirar conclusões precipitadas sobre a intenção de alguém que usou o gesto”, diz a decisão.
A magistrada completa: “A priori, o vídeo com símbolo de “ok”, sem nenhuma fala associada ou contexto ligado a discurso de ódio, não remete, nesse momento processual, à conclusão para prática de ilícito. Desta feita, analisando os presentes autos, não se verifica a probabilidade do direito invocado, visto tratar-se de um gesto, que, no caso em tela, não pode ser inequivocamente associado a discursos de ódio ou ideologias racistas/discriminatórias.”
Na ação, o Psol dizia que “a veiculação desse tipo de símbolo em propaganda eleitoral não só é incompatível com os princípios da democracia e da igualdade, mas também configura violação da legislação eleitoral, ao propagar ideias racistas e de ódio, atingindo diretamente a dignidade de grupos raciais e étnicos, principalmente de Campina Grande, onde o Representado postula a Prefeitura.” A representação pedia, ainda, a aplicação de multa, retirada do ar da “propaganda ilegal” e a realização de investigação criminal.
O candidato Artur Bolinha comemorou a decisão da magistrada e disse que a ação movida pelo Psol é mais uma tentativa dos grupos esquerdistas de usar narrativas para confundir a cabeça dos eleitores e promover o ódio contra quem tem ideologias associadas à direita. “sabemos que a nossa candidatura será alvo de muitas críticas e armações como essa, pois, somos a única coligação verdadeiramente de direita na cidade, mas temos um corpo jurídico preparado para atuar contra os disseminadores de fake news”, pontuou Bolinha.
O vídeo alvo da polêmica gerada pelo Psol mostra uma mão fazendo gestos para que as pessoas vejam o número 30, que é o número do candidato Artur Bolinha nestas eleições. O conteúdo já conta com mais de 85 mil visualizações em menos de 48 horas desde a sua publicação.
Com a decisão expedida nesta quinta-feira (22), a postagem poderá ser mantida pelo candidato Artur Bolinha sem nenhum outro prejuízo.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.