Caravana do Coração chega a Catolé do Rocha nesta quinta
24 de julho de 2014
Redação

A 2ª Caravana do Coração esteve nesta quarta-feira (23) na cidade de Sousa atendendo crianças de zero a 12 anos e gestantes com suspeita de problemas cardíacos, que foram encaminhadas pelas unidades de saúde do município para avaliação da equipe, composta por 50 profissionais.

A Caravana já passou por Itaporanga, Cajazeiras e Sousa e nesta quinta-feira (24) vai estar em Catolé do Rocha. As próximas cidades serão Pombal (dia 25), Patos (26), Princesa Isabel (27), Sumé (28), Esperança (29), Picuí (30), Guarabira (31), Itabaiana (1º de agosto) e Santa Rita (2).

Maria Eduarda, com 18 dias de vida, foi a primeira a ser atendida em Sousa. Ela tem síndrome de Down e na maternidade onde nasceu foi encaminhada para a Caravana. A cardiopediatra e coordenadora geral da Caravana, Sandra Mattos, explicou aos pais que 50% das pessoas que nascem com síndrome de Down apresentam problemas cardíacos. “Felizmente, não é o caso de Maria Eduarda. O meu aconselhamento é que eles a estimulem a ter uma vida normal, com hábitos saudáveis e muito carinho e afetividade, o que qualquer ser humano precisa, independente de ser doente ou não”, falou.

“A equipe da Caravana é muito competente, nos dá um tratamento humanizado e, com isso, saímos bem mais tranquilos”, disse o pai de Eduarda, Radênio Abrantes, que já tem uma irmã com o mesmo problema.

A gestante de gêmeos, Cicleide Alves da Nóbrega, também saiu satisfeita com o atendimento que recebeu. “Fiquei encantada com o atendimento que tive aqui. A acolhida de todos é impressionante. Eles têm muito carinho, olha no olho e prestam atenção no que estamos falando. Ou seja, tem muita afetividade, coisa que, infelizmente, não encontramos no nosso dia-a-dia”, afirmou.

A tecnologia como aliada da saúde – Uma das grandes novidades da 2ª Caravana é o estreptoteste, o exame rápido que detecta se a criança tem na garganta foco de infecção que provoca a febre reumática. Caso seja encontrado o problema, é feito o encaminhamento para o tratamento.

Outra prova da presença da tecnologia está logo na recepção, onde as fichas dos pacientes já estão todas cadastradas pelas unidades de saúde. Após a checagem dos dados, eles seguem para o atendimento.

O coordenador de projetos do Círculo do Coração, Paulo Coelho Vieira, explicou que todos os médicos atendem com notebook ou tablet, o que permite dar entrada, em tempo real, nos dados de cada paciente, que são processados automaticamente. Ao sair de cada cidade, já deixa o diagnóstico consolidado, permitindo que cada lugar comece a se preparar para outras ações, a exemplo de mutirão cirúrgico, acompanhamento clínico, assistência social, nutrição ou psicologia.

Está integrando a equipe, um grupo de pesquisadores da Universidade do Porto, Portugal, que colocou à disposição da Caravana um programa desenvolvido por eles que permite, por meio do estetoscópio eletrônico, o registro do som do coração e do pulmão. “Logo que é feita a ausculta, o estetoscópio eletrônico envia para o tablet que armazena, de forma organizada, os sons dos quatro pontos da ausculta: aórtica, pulmonar, tricúspide e mitral”, explicou o professor/coordenador da pesquisa, Miguel Coimbra.

Para a coordenadora da Caravana, Sandra Mattos, este invento ajuda a diagnosticar, documentar e, a partir disso, realizar ensino da ausculta cardíaca e pesquisa sobre os diferentes comportamentos dos sons em diferentes doenças. “Dados sobre a doença, pressão arterial, ultrassom e o som do coração ficam gravados. Depois da Caravana, a gente pode rever todos estes registros para encontrar dados que possam ajudar na condução dos problemas cardíacos da população”, disse a cardiopediatra.

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