Cássio vai à tribuna e cobra transposição
9 de outubro de 2015
Redação

Não bastassem as dificuldades por que passam os brasileiros, com inflação disparada, maior desemprego e juros estratosféricos, os nordestinos ainda lutam contra a falta d’água. Esta foi a preocupação central do pronunciamento de Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) no plenário do Senado, nesta quinta-feira (08).
Para ele, é inadmissível que a obra da transposição do São Francisco não tenha sido concluída até agora.
“No mesmo país, que foi capaz de construir estádios para a realização da Copa do Mundo, não é possível que o governo federal não consiga agilizar a transposição do São Francisco, que é uma obra tão importante para o Nordeste” – lamentou.

Catástrofe

Cássio explicou que a conclusão da obra, sobretudo no eixo leste, poderia evitar uma catástrofe em Campina Grande e em várias outras cidades da Paraíba.

“Infelizmente, o El Niño está formado. A meteorologia já provou que, quando o El Niño se forma no Pacífico, isso representa períodos de estiagem e de seca no Nordeste semiárido do Brasil. E a nossa região – e eu não falo apenas da Paraíba, eu falo do Nordeste inteiro – não tem estrutura hídrica, não tem suporte para aguentar mais um período de seca” – alertou.

Omissão

O senador acusou o governo federal de estar sendo omisso, mas não poupou o governo do Estado da Paraíba.
“Poderemos estar diante de uma calamidade de imensa proporção com a omissão, o silêncio e a inanição por parte do governo federal e também do governo do Estado da Paraíba, que não tem feito nada para elaborar, por exemplo, um plano emergencial, um plano B, para acudir e socorrer cidades e populações representativas, como é o caso de Campina Grande”.

Colapso

Cássio disse que havia falado com o prefeito de Santa Luzia, Ademir Morais, a respeito da difícil situação dos municípios.
“Além de a crise estar, obviamente, atingindo as pessoas, as cidades brasileiras, sobretudo as nordestinas, estão perdendo receita. Estamos assistindo a prefeitos absolutamente inviabilizados. E a esse quadro de dificuldades, na Paraíba, somam-se a seca e a ausência de providências para a convivência com um momento prolongado de estiagem, assim vemos cidades em colapso absoluto: Campina Grande, racionamento; outras cidades, com falta total; outras também com regime de racionamento”.

Sonda nenhuma

Ao fim, Cássio contou um breve episódio que ilustra a peleja do nordestino com a seca e a sina do brasileiro que é governado por Dilma Rousseff: “Não faz muito tempo, a presidente Dilma esteve em Campina Grande para inaugurar um conjunto do Minha Casa, Minha Vida, obra que foi iniciada, no seu projeto, na chamada pública, durante o período em que fui governador. Respondendo a perguntas da imprensa local sobre o que fazer em relação à seca e à falta d’água, ao racionamento em Campina Grande, e cobrada pelo atraso enorme das obras da transposição do São Francisco, a presidente disse que levaria para Campina Grande sondas de grandes profundidades para achar água em cima do cristalino, em cima da pedra onde fica a cidade. Mesmo que isso fosse possível – tenho lá minhas desconfianças –, até hoje, decorrido quase um mês da ida da presidente a Campina Grande, nenhuma dessas sondas chegou”.

A verdade, nua e crua, é que, enquanto nordestinos morrem de sede, tem quem fale em explorar Marte e encapsular o vento…

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