CLP avalia que repasses diretos são a melhor solução para alta dos alimentos
16 de fevereiro de 2025
Redação

Em meio às polêmicas envolvendo declarações do presidente Lula e de ministros sobre uma possível intervenção nos preços dos alimentos, o Centro de Liderança Pública (CLP) avaliou que programas de transferência de renda são mecanismos mais eficazes para lidar com o aumento dos preços desses produtos. O estudo destaca que reforçar programas como o Bolsa Família pode ser uma solução eficiente, desde que haja equilíbrio fiscal, permitindo que o poder de compra dos mais vulneráveis seja mantido sem prejudicar a estabilidade fiscal do país.
 

A alta no preço dos alimentos reacendeu o debate sobre quais políticas públicas são mais eficientes para conter a inflação e proteger a população mais vulnerável. O presidente Lula sugeriu que os consumidores evitem comprar produtos com preços elevados como forma de pressionar o mercado. Já o ministro Rui Costa precisou recuar após mencionar um possível aumento do Bolsa Família, proposta que foi refutada pela Casa Civil.
 

De acordo com o estudo do CLP, medidas como controle direto de preços ou subsídios podem ter efeitos colaterais negativos, como desestímulo à produção e criação de mercados paralelos. Daniel Duque, gerente de Inteligência Técnica do CLP, destaca que a melhor solução seria reforçar os programas de transferência de renda, permitindo que os preços de mercado reflitam as condições reais de oferta e demanda, sem comprometer o poder de compra da população mais pobre. “Essa abordagem é mais eficiente e menos distorciva, especialmente em países com sistemas de proteção social bem desenvolvidos”, afirma Duque.
 

Outro ponto levantado pelo CLP é que a política fiscal tem impacto direto nos preços dos alimentos. A desvalorização do real encarece produtos importados e insumos agrícolas, contribuindo para a inflação. “Controlar os gastos públicos e buscar equilíbrio fiscal, além de contribuir para a estabilização da taxa de câmbio, é essencial para mitigar pressões inflacionárias sobre os alimentos e garantir a segurança alimentar da população”, destaca o gerente do Centro.
 

O estudo analisou cinco principais estratégias para enfrentar a alta dos alimentos, destacando os prós e contras de cada uma, como controle de direto de preços, subsídios tributários, controle de estoque, políticas comerciais e transferência de renda.

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