O Dia do Trabalhador Rural foi comemorado, nesta sexta-feira (25), durante a realização da feira agroecológica, ao lado do Centro de Vivência do campus I da UFPB, em João Pessoa, com participação de trabalhadores de várias regiões do estado, além de convidados. Durante a solenidade foi lançamento o livro ‘Conflitos no Campo Brasil 2013’, uma publicação anual, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), sobre conflitos no campo em todo Brasil. A apresentação do relatório foi realizada pelo advogado Noaldo Meireles e o padre Ermínio Canova. Os trabalhadores comemoram a redução no número de mortes e de conflitos.
Uma das constatações do documento é que as ações de pistolagem contra trabalhadores rurais paraibanos aumentaram no ano passado. Foram 54 investidas contra trabalhadores rurais que estão na agricultura e que lutam por terra para trabalhar, conforme está no relatório da CPT. Quatro trabalhadores rurais foram ameaçados de morte, na fazenda Santa Cruz, em Campina Grande.
Na opinião do deputado estadual Frei Anastácio, isso é um reflexo da falta de investimento em segurança, por parte do governo do estado, na zona rural. “O que vimos foi um aumento assustador da violência em nosso estado”, afirmou. Frei Anastácio citou o caso de posseiros, no município de Mogeiro, que estão sendo ameaçados de morte por usineiros de Pernambuco. “Temos ainda as ações da usina São João, em Santa Rita e da fazenda Paraíso, em Pilar, que usam policiais nos horários de folga para atuar como capangas na repressão aos trabalhadores”, afirma o deputado.
O relatório da CPT mostra redução no número de conflitos por terra e água em 2013, na Paraíba e em Todo Brasil. “Isso significa que os trabalhadores sem terra, estão em parte, sendo atendidos em suas demandas”, destacou Frei Anastácio. No ano passado, foram registrados 13 conflitos de terra na Paraíba, o que representa uma redução de 13,33 por cento em relação a 2012. Nesses conflitos na Paraíba, 5.100 famílias estiveram envolvidas.
Locais dos conflitos na PB – O relatório mostra que os conflitos de terra na Paraíba ocorreram em Caaporã, Campina Grande, João Pessoa, Pedras de Fogo e Santa Rita. Durante esses conflitos, a CPT aponta o assassinato de um trabalhador. Dessa forma, o número de trabalhadores assassinados no estado, desde os anos 80, sobe para 27. Dessa total, apenas cinco casos foram julgados e houve só duas condenações. O relatório da CPT também aponta os conflitos por água. Eles ocorreram em Aroeiras, na Barragem Acauã; em Cajazeiras, na barragem de Boqueirão, Bahia da Traição, Marcação e Rio Tinto.
Menos assassinatos no Brasil – No Brasil o número de conflitos caiu. Em 2012 foram 1.364. No ano passado, esse número caiu para 1266. O número de assassinatos no campo também caiu em todo o Brasil. Em 2012, 36 trabalhadores rurais foram assassinados. Já no ano passado, o número caiu para 34″, relatou o deputado. Em grande parte, de acordo com o deputado, essas reduções ocorreram em consequência de ações efetivas do governo federal e do Incra, que está sempre buscando o diálogo nas áreas de conflito de terra.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.