O ritmo que veio dos morros e das periferias e embala o país, há anos, tem seu dia nacional comemorado nesta segunda-feira, 2 de dezembro. Para lembrar a data, a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou uma sessão especial, proposta pela vereadora Sandra Marrocos (PSB), que reuniu vários grupos de samba, sambistas e idealizadores de projetos musicais que surgiram na Capital e em outras cidades do Estado.
A mesa da solenidade contou, além de Sandra Marrocos, com a participação do vereador Marcos Henriques (PT); da vice-presidente da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), Raisa Agra; do músico e escritor, Bira Delgado; do ativista cultural e sambista, Karamuh Martins; do produtor cultural, Dida Borges; da passista da Escola Malandros do Morro, Fabiane Palmeira; do radialista e sambista, Luizinho do Pagode; da presidente do Bloco Anjo Azul, Ednamay Cirilo; e do diretor da Associação Cultural do Império do Samba, Marcelo Sales.
Sandra Marrocos afirmou que esse ritmo musical, do qual é amante, representa o homem e a mulher negra. A parlamentar destacou que se sentia honrada por, através do seu mandato, celebrar uma data tão importante como essa. Na ocasião, a vereadora cobrou da Prefeitura da Capital investimentos para o fortalecimento do samba em João Pessoa, e a implantação de uma casa específica para que o movimento cultural possa se consolidar.
Para o ativista Karamuh, o samba representa a resistência de um segmento e precisa ser valorizado. “O samba não é apenas uma música ou ritmo, representa um estilo de vida, uma luta social e a linguagem de um povo. Foi no samba que eu encontrei vários amigos, que me ensinaram a ser mais humilde e ter um coração mais amplo”, ressaltou.
A vice-presidente da Funesc, Raisa Agra, lembrou do evento realizado no último domingo (1º), que reuniu duas mil pessoas no Espaço Cultural para celebrar o Dia Nacional do Samba. Raisa destacou a luta dos grupos e movimentos para que o samba continue fazendo parte dos eventos musicais da cidade. O vereador Marcos Henriques afirmou que o ritmo está enraizado na cultura do povo brasileiro.
Bira Delgado declarou que o samba é um ritmo musical muito forte, ligado à cultura negra. O escritor lembrou que o artista e compositor paraibano Jackson Pandeiro teve sua carreira muito influenciada por esse gênero musical. Durante a solenidade, sambistas se reuniram para tocar e cantar “Tá Escrito”, do Grupo Revelação, e o samba enredo “É Hoje”, da Escola de Samba União da Ilha, de Didi e Mestrinho. Também foram distribuídos mais de 40 Votos de Aplausos para homenagear músicos e sambistas presentes.
Como surgiu o Dia Nacional do Samba
O Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luís Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso. Ary já tinha composto seu sucesso “Na Baixa do Sapateiro”, mas nunca havia posto os pés na Bahia. Esta foi a data que ele visitou Salvador pela primeira vez. A festa foi se espalhando pelo Brasil e virou uma comemoração nacional. Atualmente, duas cidades costumam comemorar o Dia do Samba, Salvador e Rio de Janeiro.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.