Drones ajudam a reconstruir cenas de acidentes
17 de junho de 2019
Redação

Você já esteve preso no trânsito por diversas horas por conta de um acidente? Muitas pessoas se perguntam por que a polícia não retira os carros envolvidos rapidamente da via e liberam o trânsito o quanto antes. Apesar de quererem liberar a via o mais rápido possível, muitas pessoas não sabem que as autoridades precisam registrar uma imagem clara da cena pois os veículos envolvidos, bem como os escombros, podem se tornar uma investigação criminal. A cada minuto, uma batida permanece, o que aumenta a poluição, o tráfego e aumenta o risco de acidentes secundários. Tudo isso contribui para a perda de produtividade e para a polícia que trabalha nas estradas, ferimentos e vidas perdidas.

Acidentes de carro exigem que as autoridades tenham uma documentação precisa e rápida das cenas. Para isso, é necessário, uma equipe forense para realizar a reconstrução do que aconteceu. Esses dados captados servem para a análise dos profissionais com o objetivo de ter um parecer dos danos ocorridos no local afim de reconstituir o evento real para um possível uso em tribunal.

Antigamente, a polícia trabalhava em cena com réguas e fitas métricas, marcando com um X e um O em folhas de papel milimetrado. Mais tarde, começaram a usar o Total Stations, um scanner a laser que veio do mundo da pesquisa e da construção. Na época, foi um passo revolucionário pois um processo que às vezes levava de seis a oito horas poderia ser realizado de três a quatro.

Drones: nova tecnologia para reconstrução de acidentes de carro

Nos últimos dois anos, os drones passaram a ajudar na reconstrução de cenas e locais de acidentes entre veículos. Ao contemplar os drones para essa tarefa, a polícia conseguiu reduzir o tempo necessário para mapear um local e coletar provas em 20 ou 30 minutos. Além disso, os dados coletados são melhores agora do que com métodos anteriores, que levaram horas.

Um exemplo são alguns departamentos de polícia dos EUA que têm adotado a tecnologia drone. Uma nova pesquisa da Universidade de Purdue, localizada em West Lafayette, no Estado de Indiana, mostra a eficácia dos drones quando se trata de limpar estradas após um acidente de carro.

Os departamentos de polícia dos EUA estão adotando rapidamente a tecnologia de drone DJI para economizar tempo e vidas na reconstrução de cenas de acidentes de carro.

Diferença entre a vida e a morte

Essa é uma ótima notícia para motoristas que, de outra forma, poderiam ficar presos no trânsito. Além disso, para os socorristas que trabalham nessas cenas, essa pode ser a diferença entre a vida e a morte.

“A probabilidade de uma colisão secundária aumenta em 3% a cada minuto que o incidente principal está em andamento”, diz Andrew Klane, agente do departamento de polícia de Massachusetts e pioneiro no uso de drones para a reconstrução de colisões. “Acidentes de trânsito e acidentes por incidentes continuam a ser uma das principais causas de ferimentos e mortes em serviço para agentes da lei, bombeiros e pessoal de reboque e recuperação”, finaliza.

“A cada quatro minutos de fechamento (de estrada), percebemos o trânsito em uma milha”, diz o capitão Robert Hainje, do escritório do xerife do condado de Tippecanoe, em Indiana. “Quando temos trânsito em fila na interestadual, aumentamos a taxa de acidentes em aproximadamente 24 vezes”, completa Darcy Bullock, professor de engenharia civil da Universidade de Purdue, que colaborou com a polícia no uso de drones para a reconstrução de acidentes.

“Nosso procedimento de coleta de dados usando um drone pode mapear uma cena em cinco a oito minutos, permitindo que os agentes de segurança pública liberem as estradas muito mais rapidamente após um acidente”, explica Ayman Habib, professor de engenharia civil Thomas A. Page, da Purdue, que desenvolveu um procedimento fotogramétrico que permite que dados coletados na cena sejam posteriormente transformados em modelos 3D. “No geral, ele pode reduzir em 60% o tempo de inatividade do fluxo de tráfego após um acidente”, explica o Capitão Hainje, que experimentou as técnicas.

Compartilhe: