Eleitos prefere, mas não vota em mulheres
8 de março de 2024
Redação

Uma pesquisa inédita do Instituto Update vem colaborar com o ecossistema de iniciativas que trabalham por mais mulheres, especialmente mulheres negras, indígenas e LBTQIA+ na política e assim construirmos coletivamente um sistema político mais popular e plural.

Avanços lentos na representação política

Nas eleições de 2022, houve um avanço na representatividade de mulheres, pessoas negras e indígenas candidatas e eleitas. No entanto, é possível afirmar que este avanço foi bastante lento e sem um grande impacto para os percentuais da representação.

Além disso, se mais mulheres e pessoas negras foram eleitas para as Assembleias Legislativas e para a Câmara Federal, este não foi o caso do Senado ou dos Governos Estaduais.

As cadeiras ocupadas por mulheres varia muito nas Assembleias Legislativas: indo de 29,2% no Amapá – com 7 cadeiras, a 4,1% no Mato Grosso – onde apenas 1 mulher foi eleita Deputada Estadual.


É importante mencionar que o crescimento no número de pessoas negras candidatas e eleitas, pode estar relacionado à mudança nas regras eleitorais, que fez com que mais candidatas e candidatos se declarassem pretas ou pardas. Várias delas, em outras eleições, se declaravam brancas.

87% da população brasileira está insatisfeita com o grau de representação de mulheres e pessoas negras no Congresso Nacional.


Insatisfação com a representação das mulheres e pessoas negras


As mulheres tendem a estar mais insatisfeitas com a baixa representação de mulheres no parlamento, quando comparadas aos homens. Pessoas negras também apresentam um grau de insatisfação maior com a baixa representação de negras e negros no parlamento, quando comparadas às não negras.

Além disso, a Pesquisa +Representatividade, constatou que 52% do eleitorado apoia a existência de cotas para mulheres nas chapas partidárias.

A preferência por candidatas mulheres não se traduz no voto

O eleitorado demonstra preferência por candidatas mulheres. Existe uma percepção de que mulheres são mais honestas e mais preocupadas com o cuidado e o bem-estar da população. A pesquisa também identificou a preferência por candidatas e candidatos não-brancas: negras e indígenas.

Mas se há preferência, por que esta não se concretiza em votos? Por que não vemos mais mulheres e mais pessoas negras e indígenas sendo votadas e eleitas, ocupando mais espaços na política institucional?

A preferência por mulheres e pessoas negras e indígenas pode não se traduzir em voto para esses grupos, pois outros fatores, como a ideologia e a fonte de apoio das candidatas e candidatos, são mais importantes na hora da escolha do voto.
As pautas femininas x as pautas feministas

A Pesquisa +Representatividade identificou que o eleitorado espera que as mulheres foquem sua atuação política em pautas relacionadas a aspectos considerados como femininos, como saúde, educação e violência contra a mulher.

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