Uma pesquisa inédita do Instituto Update vem colaborar com o ecossistema de iniciativas que trabalham por mais mulheres, especialmente mulheres negras, indígenas e LBTQIA+ na política e assim construirmos coletivamente um sistema político mais popular e plural.
Avanços lentos na representação política
Nas eleições de 2022, houve um avanço na representatividade de mulheres, pessoas negras e indígenas candidatas e eleitas. No entanto, é possível afirmar que este avanço foi bastante lento e sem um grande impacto para os percentuais da representação.
Além disso, se mais mulheres e pessoas negras foram eleitas para as Assembleias Legislativas e para a Câmara Federal, este não foi o caso do Senado ou dos Governos Estaduais.
É importante mencionar que o crescimento no número de pessoas negras candidatas e eleitas, pode estar relacionado à mudança nas regras eleitorais, que fez com que mais candidatas e candidatos se declarassem pretas ou pardas. Várias delas, em outras eleições, se declaravam brancas.
Insatisfação com a representação das mulheres e pessoas negras
As mulheres tendem a estar mais insatisfeitas com a baixa representação de mulheres no parlamento, quando comparadas aos homens. Pessoas negras também apresentam um grau de insatisfação maior com a baixa representação de negras e negros no parlamento, quando comparadas às não negras.
Além disso, a Pesquisa +Representatividade, constatou que 52% do eleitorado apoia a existência de cotas para mulheres nas chapas partidárias.
A preferência por candidatas mulheres não se traduz no voto
O eleitorado demonstra preferência por candidatas mulheres. Existe uma percepção de que mulheres são mais honestas e mais preocupadas com o cuidado e o bem-estar da população. A pesquisa também identificou a preferência por candidatas e candidatos não-brancas: negras e indígenas.
Mas se há preferência, por que esta não se concretiza em votos? Por que não vemos mais mulheres e mais pessoas negras e indígenas sendo votadas e eleitas, ocupando mais espaços na política institucional?
A preferência por mulheres e pessoas negras e indígenas pode não se traduzir em voto para esses grupos, pois outros fatores, como a ideologia e a fonte de apoio das candidatas e candidatos, são mais importantes na hora da escolha do voto.
As pautas femininas x as pautas feministas
A Pesquisa +Representatividade identificou que o eleitorado espera que as mulheres foquem sua atuação política em pautas relacionadas a aspectos considerados como femininos, como saúde, educação e violência contra a mulher.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.