O deputado federal Wellington Roberto, presidente do Partido Liberal (PL) no estado, encontra-se em meio a desafios internos e a um impasse decorrente do descumprimento de uma decisão da executiva nacional da sigla. A situação se agrava com a inativação de três diretórios do partido em diferentes municípios paraibanos, cada um deles envolvido em coligações controversas. A desativação aconteceu no último dia 30 de agosto.

Em Mamanguape, o PL coligou-se com o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), contrariando a orientação partidária. o candidato a prefeito é o deputado estadual Eduardo Brito (Solidariedade), que tem na coligação, além do PT, PP, PDT, MDB, PL, PSD e a Federação PSO/Rede.

Já em Bananeiras, a coligação foi estabelecida com o Partido dos Trabalhadores (PT), outro movimento que vai de encontro à diretriz oficial do PL. O candidato ã reeleição é o atual prefeito Matheus Bezerra (PSB), que tem ainda Republicanos, PP, Podemos, Federação Brasil da Esperança (PT/PC do B e PV), PSD e Pl.

Por fim, em São José de Piranhas, uma nova aliança foi formada com o PSOL, gerando ainda mais descontentamento dentro do partido. No município do Alto Sertão, o candidato a prefeito é Bal Lins (PSB), que tem na composição da coligação Republicanos, PL e Federação PSO/Rede.

Além dos conflitos provocados pelas coligações não autorizadas, Wellington Roberto enfrenta uma resistência interna por parte de uma ala dissidente dentro do PL paraibano. Os deputados Cabo Gilberto Silva e Wallber Virgolino emergem como figuras de oposição interna, demonstrando habilidade na articulação política e participando ativamente de decisões que antes eram de competência exclusiva do presidente estadual.

Recentes reviravoltas políticas indicam uma perda de influência de Wellington Roberto, que viu o controle da Região Metropolitana de João Pessoa escapar para as mãos de Cabo Gilberto. Como reflexo desse cenário, o filho de Wellington foi destituído do comando municipal do PL em Campina Grande, sinalizando uma mudança no equilíbrio de poder interno do partido.

Nos bastidores, especula-se que Cabo Gilberto Silva, conhecido por sua defesa ferrenha do ex-presidente Jair Bolsonaro na Paraíba, possa assumir a presidência estadual do PL em um futuro próximo. Sua influência e habilidade na política local o tornam uma figura promissora para liderar o partido em um momento de incertezas e desafios internos.

Diante desse contexto, a situação política interna do PL na Paraíba se revela turbulenta, com confrontos de interesses, descumprimento de decisões partidárias e uma reconfiguração das forças políticas dentro da legenda. Wellington Roberto se encontra em meio a uma encruzilhada, tendo que lidar com a oposição interna e os desdobramentos das últimas movimentações políticas no estado.