O Governo do Estado, por meio do Programa de Artesanato da Paraíba (PAP), abriu oficialmente, na noite dessa segunda-feira (8), a 22ª edição do Salão de Artesanato da Paraíba. O evento acontece na antiga Ourovel, na Avenida Severino Cabral, no bairro do Catolé, em Campina Grande, dentro da programação do Maior São João do Mundo. Representaram o governador Ricardo Coutinho na solenidade, o chefe de gabinete Fábio Maia, o secretário de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido, Lenildo Morais, a coordenadora do Programa de Artesanato da Paraíba (PAP), Lu Maia, o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, e a deputada estadual Estela Bezerra.
Com o tema “Mãos que trabalham nossa cultura”, o evento homenageia todos os artesãos que encantam turistas e conterrâneos pela originalidade e cultura popular enraizada em cada peça, valorizando o talento de quem faz a nossa arte, cultura e tradição. Cerca de 400 artesãos comercializam os trabalhos, representando mais de três mil envolvidos na produção de 62 municípios paraibanos.
Na entrada principal, os visitantes conferem peças das mais variadas tipologias com uma exposição e um lounge para descanso, onde existe um espaço interativo com um telão. Toda sinalização interna e externa foi feita a partir de desenhos da arte Naïf, também conhecida por Arte Primitiva Moderna, feitos exclusivamente para o Salão pelo artista guarabirense Adriano Dias.
Como forma de facilitar a leitura dos visitantes, o evento não é separado por stands convencionais, mas um stand contínuo, onde as tipologias mudam de uma forma integrada. Cerca de 100 profissionais participaram da montagem do evento através de empresas como agências de publicidade, painéis, impressões, iluminação, limpeza, arquitetura, decoração, além de funcionários do PAP.
Para o secretario Lenildo Morais, a agricultura familiar também produz arte no 22º Salão do Artesanato da Paraíba. Para ele, os produtores paraibanos do campo estão expondo os trabalhos de artesões que vivem no meio rural e dividem seu tempo entre o fazer artístico e a agricultura.
“Estamos muito otimistas até porque o clima dentro do Salão é de cultura popular. Estamos envolvendo várias vertentes da cultura: o próprio artesanato que faz parte da nossa história, os poemas em cordel, o forró, o repente, o coco, o teatro de bonecos, a arte Naïff e a gastronomia”, destacou a gestora do PAP, Lu Maia.
De acordo com a secretária executiva da Agricultura Familiar, Mali Trevas, também presente na abertura, o campo é a fonte onde se extrai a grande parte das matérias-primas para a feitura das peças de artesanato. “O Governo tem apoiado essa atividade no campo a partir de diversas políticas públicas, como é o caso do Salão de Artesanato”, comentou.
O artesanato rural possui principalmente caráter utilitário, e as peças reproduzidas estão relacionadas a objetos usados no dia-dia das casas. “Nós fazemos as panelas, pequenos fogões e jarros usando a técnica que aprendemos para fazer as peças para as nossas próprias casas”, conta Maria do Carmo, do município de Lagoa Seca. Junto com as filhas, ela usa a cerâmica para fazer arte no campo e já expôs seus produtos em outras edições do Salão, além de eventos nacionais, a exemplo da Feira Nacional da Agricultura Familiar (Fenafra).
O arquiteto Gustavo Vaz ressaltou que o Salão é sempre reinventado para que seja convidativo ao público em geral. “O Salão é um evento de vendas e gerador de renda para esses artesãos. Por isso, temos a responsabilidade de fazer com que mais gente visite e compre o produto genuinamente paraibano, além de ser um espaço turístico no momento de um evento também turístico na cidade como o São João. Queremos que todo visitante possa recontar essa história e passar adiante o quão é rico o artesanato da Paraíba.”
Para acomodar bem os visitantes e artesãos, o espaço conta com uma área total de 2.900m² com stands, depósitos, hall de entrada, salas de coordenação, gestão, cadastro, enfermaria, brigada de incêndio, caixa de autoatendimento e banheiros, além de uma praça de alimentação com palco onde acontecem as apresentações artísticas juninas. O wi-fi foi aberto em todo o espaço.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.