O reajuste do preço do leite de cabra na Paraíba gerou uma onda de insatisfação entre os produtores locais, especialmente após a nova resolução do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, que colocou o estado em último lugar no índice de reajustes. O presidente da APACCO, Junior Nóbrega, expressou sua apreensão em relação ao aumento, que elevou o valor pago pelo litro de R$ 2,70 para R$ 3,33, com um teto final de R$ 4,93. Apesar do aumento, a Paraíba ficou atrás de estados como Pernambuco e Bahia, que ultrapassaram os R$ 5,00 por litro, o que Nóbrega considera injusto, dado que a Paraíba é o maior produtor de leite de cabra do Brasil, com uma produção diária superior a 30 mil litros.

Nóbrega destacou que, apesar dos esforços dos produtores e do apoio do governo estadual, que investe significativamente no setor, a Paraíba ainda enfrenta desafios em relação ao valor pago pelo leite. Ele mencionou que o governo do estado chegou a arcar com o programa por quase seis meses devido à falta de repasses do governo anterior. “Irei procurar todos os nossos deputados, senadores e toda a classe política do nosso estado para que seja feito um trabalho junto ao ministério e esse valor seja reavaliado”, afirmou Nóbrega, enfatizando a necessidade de defender os interesses dos produtores locais.

O deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) também se manifestou, fazendo um apelo à bancada federal paraibana para que atue em defesa dos produtores de leite de cabra. Ele ressaltou que o reajuste não reflete o trabalho e a produção do estado, pedindo que o valor seja elevado para equiparar-se ao de outros estados nordestinos.

A insatisfação é compartilhada por outros líderes locais, como o ex-prefeito de Barra de Santa Rosa, Neto Nepomuceno, que defendeu os produtores do Curimataú paraibano. Ele destacou que a criação de cabras leiteiras é uma alternativa viável para a geração de renda no semiárido e que o reajuste desigual reforça as dificuldades históricas enfrentadas pelos pequenos produtores. Neto lembrou suas idas a Brasília para discutir melhorias para o setor e reafirmou seu compromisso com a luta por melhores condições para os trabalhadores do campo.

A nova resolução gerou críticas generalizadas, com muitos produtores considerando a tabela injusta e prejudicial, especialmente para os pequenos agricultores que desempenham um papel crucial na produção de leite de cabra, um alimento reconhecido por seu alto valor nutritivo e utilizado em programas sociais. A expectativa é que as lideranças estaduais e representantes do setor produtivo iniciem um diálogo com o governo federal para reavaliar os critérios da tabela e garantir que a produção paraibana seja devidamente valorizada.