O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reuniu apoio de 12 partidos, que somam pelo menos 374 votos, garantindo ampla vantagem para a eleição da presidência da Câmara, marcada para fevereiro. Recentemente, PSB, PDT e a federação PSDB-Cidadania anunciaram adesão à sua candidatura. Na semana anterior, o paraibano já havia conquistado o apoio de PL, PT, MDB, PP, Podemos, PCdoB e PV, além do seu próprio partido.

Embora o PSD ainda mantenha a candidatura de Antonio Brito (BA), a legenda abriu negociações com Motta, buscando cargos na próxima gestão. A decisão de dialogar com o grupo de Lira ocorre após legendas que apoiavam Elmar Nascimento (União Brasil-BA) declararem apoio a Motta. Brito afirmou que, dependendo das negociações, o partido pode reconsiderar a manutenção de sua candidatura.

A mudança no cenário político favoreceu a candidatura de Motta, especialmente com o apoio das maiores bancadas da Câmara, PT e PL. Esse movimento se intensificou depois que o líder do União Brasil, Elmar Nascimento, sinalizou desistência da disputa e a abertura de diálogos com o Republicanos.

A aliança com o PSB foi oficializada em Brasília, contando com o prefeito de Recife, João Campos, e lideranças como Gervásio Maia (PB) e Tabata Amaral (SP). O PSB havia anteriormente inclinado apoio a Elmar por conta de alianças municipais, mas decidiu migrar o suporte após a desistência do deputado baiano. Campos afirmou que a eleição de Motta representa um fortalecimento do Parlamento.

O PDT também confirmou apoio a Motta, com a presença do ministro da Previdência, Carlos Lupi, e André Figueiredo, líder da Maioria na Câmara. A federação PSDB-Cidadania, com Adolfo Viana (PSDB-BA) e Alex Manente (Cidadania-SP), também declarou suporte ao candidato, acreditando que Motta tem as melhores condições para liderar a Casa.

Apesar de não ter formalizado a retirada, Elmar, que chegou a ser o favorito de Lira, viu seu partido iniciar negociações com o Republicanos. Em troca de apoio, o União Brasil deve ficar com a relatoria da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, enquanto o PT assumirá a relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do mesmo ano.

No acordo para compor a Mesa Diretora, a 1ª vice-presidência será ocupada pelo PL, enquanto o União deve assumir a 2ª vice. O PT ficará com a 1ª secretaria e também almeja uma vaga no Tribunal de Contas da União, com nomes como Odair Cunha e Gleisi Hoffmann cotados para o cargo a ser aberto em 2026.