“A Paraíba hoje faz história, seu modelo será referência para o país”, afirmou o juiz auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça, desembargador Luís Geraldo Sant’Ana Lanfredi, que é coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ, durante seminário sobre o Projeto-piloto Central de Regulação de Vagas no Sistema Prisional da Paraíba.
A Central de regulação de vagas é uma das 29 ações simultâneas do Programa Fazendo Justiça, com incidência em diferentes fases do ciclo penal e do ciclo socioeducativo. O modelo consiste em repensar e qualificar o Sistema Prisional da Paraíba, com uma metodologia humanizada, com ocupação proporcional permanente das unidades prisionais, de acordo com diagnóstico da realidade do estado, enfrentando os problemas da superlotação carcerária, conclamando todos à responsabilidade.
A solenidade, ocorrida nesta segunda-feira (24), lotou o auditório da Escola Superior da Magistratura (Esma) e foi aberta pelo presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador João Benedito da Silva, o qual destacou ser a superlotação carcerária um fenômeno de causas multifatoriais e que para enfrentá-las requer-se uma intervenção articulada dos diferentes Poderes e instituições.
Na opinião do supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo do Estado da Paraíba (GMF-PB), Joás de Brito Pereira Filho, a Central de Regulação de Vagas é um significativo passo dado pelo estado, no sentido de cada vez mais humanizar o sistema prisional.
Ao explicar o tema, o desembargador Luís Lanfredi teceu um breve histórico da situação carcerária no país, destacando a preocupação do Conselho Nacional de Justiça em atacar o problema da superlotação do sistema prisional com o envolvimento dos Poderes e instituições estaduais.
Ele alertou que, levantamento do CNJ, revelou que existem no Brasil 800 mil pessoas presas e que uma vaga custa, em média R$ 2.200, apenas com a estrutura física e alimentação para o preso. Na Paraíba são mais de 11.700 pessoas presas, atualmente, com um déficit de 4 mil vagas, sendo estes, alguns desafios que a Central de Regulação de Vagas vai enfrentar. O desembargador Luís Lanfredi justificou a escolha da Paraíba a ter implantado a Central de Vagas pela disposição, vontade e compromisso dos atores paraibanos com um sistema de justiça mais eficiente.
Ele salientou, ainda, que o modelo da Paraíba será feito dentro da realidade do estado, onde uma equipe técnica atuará com base em um diagnóstico levantado sobre situação do sistema prisional, o qual servirá de linha condutora para a implantação do projeto.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.