Lira e Veneziano recebem de Lula projeto do “arcabouço fiscal”
18 de abril de 2023
Redação

Pouco antes de o governo apresentar sua proposta de um novo arcabouço fiscal para o país, o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco, defendeu rapidez na análise e na votação do projeto do Executivo, para ajudar no equilíbrio das contas públicas. A proposta do governo Lula foi entregue pelo presidente Lula ao presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, é só vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo.
— Minha expectativa é de uma tramitação célere, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. É muito importante ter o arcabouço fiscal aprovado para o equilíbrio das contas públicas. Nós vamos nos dedicar muito à apreciação rápida do arcabouço fiscal — garantiu Rodrigo Pacheco.

O que diz o economista Felipe Salto:

O projeto de lei complementar do novo arcabouço fiscal foi enviado pelo Poder Executivo Federal ao Congresso Nacional. Nele, definem-se regras fiscais para o comportamento das despesas primárias do governo central e fixam-se padrões para as metas de resultado primário, com base na própria Lei de Diretrizes Orçamentárias.
 
O primeiro ponto importante a destacar é que a regra para correção dos gastos será definida seguindo a variação real da receita primária líquida do governo central (descontados os dividendos, concessões e royalties) acrescida da inflação medida pelo IPCA. No entanto, a variação real da receita será medida, em termos reais, até junho do ano anterior, com base na inflação acumulada até junho, enquanto a correção monetária somada a essa variação real será composta pela inflação acumulada de janeiro a junho, acrescida das projeções do governo contidas na proposta orçamentária (PLOA) para julho a dezembro.
 
Por exemplo, para 2024, as despesas primárias serão as que constam no PLOA de 2023 (conforme determinado para o primeiro ano, a base será a do PLOA de 2023) e a correção monetária será a inflação de janeiro a dezembro embutindo-se as projeções do segundo semestre.
 
Se tomarmos as projeções da Warren Rena, o valor seria de 6%. Para a correção real, será calculada a variação real das receitas líquidas, conforme definição do parágrafo anterior, deflacionadas pelo IPCA acumulado em 12 meses até junho de 2023, multiplicadas por 70% e limitadas pelo intervalo de 0,6% a 2,5%, no caso do período de 2024 a 2027. *Pelas nossas projeções, esse percentual seria de 0,6% (0,85% x 70%)*.
 
Para ter claro, as despesas de 2024 serão calculadas assim: despesas de 2023 do PLOA x (1+6%) x (1+0,6%). Isto é, a correção nominal das despesas seria de 6,6%. Sob a hipótese de uma inflação na casa de 4,2%, no ano que vem, a despesa terá crescido, ao final do ano, cerca de 2,3% em termos reais.
 
A trajetória de primário virá sempre no PLDO do primeiro ano de mandato. O descumprimento do limite inferior da meta de primário implicará redução na variação do crescimento das despesas de 70% para 50% para o ano subsequente, no período 2024-2027

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