O Ministério Público Eleitoral (MPE) ajuizou uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) visando a cassação do prefeito de Cabedelo, André Coutinho (Avante), da vice-prefeita Camila Holanda (PP) e do vereador Márcio Silva (União Brasil). A ação fundamenta-se em indícios revelados pela Operação ‘En Passant’, realizada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Segundo a promotora Rhomeika Maria de França Porto, a investigação aponta para um possível aliciamento violento de eleitores durante as eleições do ano passado, além de indícios de abuso de poder econômico. A promotora destaca que foram encontrados no celular de uma das investigadas, Flávia Monteiro, conversas que incluem comprovantes de votação e registros de depósitos via PIX, o que, para o MPE, sugere uma suposta compra de votos.
Relatos de eleitores que teriam recebido pagamentos entre R$ 100 e R$ 300 foram incluídos na ação, embora muitos tenham alegado que foram contratados para trabalhar na campanha, uma justificativa que não convenceu o MPE até o momento. Além da cassação, o MPE requer a inelegibilidade dos envolvidos e a aplicação de multas.
Em resposta ao pedido do MPE, o prefeito André Coutinho se manifestou, buscando tranquilizar seus eleitores e a população de Cabedelo. Ele reafirmou seu compromisso com a ética na administração pública e expressou confiança na Justiça Eleitoral. “Tenho a certeza da idoneidade e honestidade com que enfrentamos todo o processo eleitoral, lado a lado com o povo cabedelense. Conto com o apoio de toda minha gente para seguir trabalhando e transformando a nossa Cabedelo. Vamos em frente!”, declarou Coutinho.
O advogado de defesa, Walter Agra, também comentou sobre a situação, assegurando que a equipe está tranquila em relação à Aije e confiante de que não houve irregularidades. “Ainda que tivesse existido, isso não teria força para comprometer o resultado do pleito. André teve maioria e venceu em todas as regiões da cidade”, afirmou Agra, prometendo apresentar evidências que corroboram a legalidade da candidatura.
As próximas etapas do processo deverão esclarecer as alegações e definir o futuro político dos envolvidos.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.