Ao lado do painel, que registra, entre outros, figuras como Augusto dos Anjos, José Lins do Rego, Simeão Leal, Ariano Suassuna, o próprio José Américo de Almeida e até personagens da história dos quadrinhos da Paraíba, como Maria e Velta, estará o texto ‘Esquina das Américas’, escrito pelo presidente da Fundação Casa de José Américo, Fernando Moura.

Em um trecho do texto, Moura define a obra produzida por Chico Pereira e Edi Guedes: “Fundindo estilos e percepções estéticas para contar um pouco da saga de homens e mulheres que, mesmo não estando mais entre nós, se fazem presentes na construção do futuro. Mostram, em pinceladas memoráveis, que toda esquina bifurca mais de um caminho, embora a bússola seja a mesma: Paraíba”.

Chico Pereira, ativista cultural desde a década de 1960, é membro da Academia Paraibana de Letras (APL) desde 2016, foi diretor do Museu de Arte Assis Chateaubriand, e já expôs em eventos como a XVI Bienal Internacional de São Paulo. Ele conta um pouco do processo criativo para o painel, enfatizando que a obra é uma representação da cultura paraibana, em que foram retratadas algumas pessoas diretamente ligadas à própria história da FCJA, a exemplo de seu patrono, José Américo de Almeida, sua esposa Anna Alice Almeida, seu sobrinho José Simeão Leal, entre outros que frequentaram ou trabalharam diretamente com ele, a exemplo de sua namorada Lourdinha Luna.

“A obra é uma representação de pessoas que ajudaram a construir a memória da instituição, ou que têm seu acervo nela depositados”, define Chico, acrescentando quanto à motivação estética: “Foi um desafio sintetizar esse rico universo cultural. No entanto, esse painel é referência às diferentes faces que hoje norteiam a missão da Fundação na preservação e difusão da cultura do nosso estado”.

Chico Pereira ainda ressalta que chamou o artista gráfico Edi Guedes para finalizar a cenografia da obra. “Edi é da nova geração de desenhistas paraibanos. Ilustrador de recente publicação sobre a história da cidade de João Pessoa. Ele foi uma ótima adição ao tempo e com seu uso de ferramentas digitais deu o acabamento necessário”, avalia.

A Unidade Tambaú, a ser inaugurada, é uma forma de expandir o serviço da FCJA e, ao mesmo tempo, criar uma nova leva de usuários. Nos últimos anos, a instituição teve um acréscimo consistente de novos acervos. O novo equipamento vai permitir que uma geração que desconhece o papel da FCJA possa ter um acesso mais lúdico, mais rápido, mais interativo com os serviços e arquivos da própria Fundação.