Um grande ato em favor da defesa da Advocacia Pública está marcado para amanhã (14), às 12h, em Brasília. Com a iniciativa da Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (ANAPE), líderes das principais associações classistas, entre elas, a Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo (APESP) estarão reunidos, de forma a mobilizar congressistas para as principais pautas a favor da autonomia de trabalho dos procuradores.
Em reunião com dirigentes das principais procuradorias dos Estados nesta semana, o presidente da APESP, José Luiz Souza de Moraes, endossou a convocação novamente os procuradores estaduais a estarem presentes no Congresso Nacional, onde será apresentado o movimento “Advocacia Pública Forte para os Novos Tempos”.
Entre as pautas em defesa da classe, estão a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 82), atualmente em tramitação no Congresso Nacional. Apresentada em 2007 por Flavio Dino – então deputado e, atualmente, ministro do STF – é, atualmente, a principal reinvindicação para que seja aprovada. Caso aconteça, promete transformar a configuração da advocacia pública no Brasil.
“O sonho de um é apenas um sonho. O sonho de muitos é o começo de uma nova realidade. Hoje, essa nova realidade está surgindo. Uma nova realidade de uma advocacia pública forte, respeitada e que deixa de ser um serviço silencioso. Não há uma escola, uma universidade pública, não há um policial na rua se não houver um advogado público a falar um parecer e defender o Estado”, disse.
O presidente explica a importância da PEC para a sociedade. “Os advogados públicos são os advogados das políticas públicas”, argumenta. “Eles advogam e defendem o Estado, tornando assim possível tanto a arrecadação de impostos como a defesa do Estado em juízo, as consultorias jurídicas e, assim, possibilitando que as políticas públicas que foram escolhidas pelo governante sejam concretizadas”.
Além da PEC 82, há também outra proposta encaminhada pelo deputado federal Carlos Sampaio (PSD/SP), que acrescenta o artigo 132-A e altera o artigo 168 da Constituição Federal para conferir autonomia às Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal e à Advocacia Geral da União e seus órgãos vinculados. Caso se torne PEC, vai à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), no Congresso Nacional.
Moraes explica que se faz necessária uma certa autonomia da advocacia pública de maneira próxima com que ela foi prevista originalmente na Constituição para a magistratura e para o Ministério Público e mais tardiamente para as Defensorias Públicas. “Essa autonomia é importante porque os procuradores, os advogados públicos, têm o dever de apontar a ilegalidade, a imoralidade administrativa, a falta de correção de atos da administração pública, mesmo contra a vontade do administrador”, acrescenta.
Sobre a APESP
A Associação dos Procuradores de São Paulo (APESP) comemora, em 2024, 75 anos de existência. Criada em 30 de dezembro de 1948, é uma das entidades associativas de carreira jurídica mais importantes do país. Dentre os seus objetivos, está a postulação dos interesses da classe, zelar pelas prerrogativas e condições de trabalho. Entre as diversas atribuições, os procuradores são responsáveis pelo controle da dívida ativa estadual, o combate à sonegação fiscal, a realização de procedimentos administrativos e a defesa do Estado em juízo, além de zelar pelas políticas públicas do Estado.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.