Diante da movimentação do ex-presidente Lula no Nordeste, deixando de fora uma visita à Paraíba, o clima no Partido dos Trabalhadores ficou de vaca desconhecer bezerro. A direção nacional já confirmou que, de cima para baixo, quer a nomeação do ex-governador Ricardo Coutinho e dos deputados estaduais Jeová Campos, Estela Bezerra e Cida Ramos. Aliados do governador João Azevedo detonaram esse movimento de retorno de ex-petistas.

Lula chegou domingo (15) em Pernambuco e pernoitou por lá, para seguir para o Piauí. Na quarta, vai para o Maranhão. Na sexta, para o Ceará. Encerra sua visita pelo Nordeste no Rio Grande do Norte.

Essa ausência da Paraíba na agenda de Lula foi lida como recado de que ele tem em sua conta de aliados o ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, o senador Veneziano Vital do Rego e o ex-governador Ricardo Coutinho.

Para aliados de João, quem estaria por trás da formatação dessa agenda seria o ex-governador Ricardo Coutinho. Hoje, o Frei Anastácio abriu fogo, na manhã desta segunda, contra o retorno de Ricardo Coutinho. O petista disse que o ingresso do ex-governador de volta ao partido, é só para “acabar” com a legenda, “basta ver o histórico dele…”

Anastácio revelou ter distribuído um documento, externando sua posição: “Sou contra (a filiação de Ricardo Coutinho), e sou contra diante de tudo que ele faz, porque, se ele vier para o partido, ele vai destruir (o partido), como tem sido prática dele…”

As declarações foram dadas durante evento do governo do Estado, quando o governador João Azevedo assinou o Termo de Cooperação Técnica entre o Governo do Estado e a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil, visando ao fortalecimento da pecuária da Paraíba.

O próprio governador parece ter mudado de tom em relação a ter um palanque para Lula em De um lado, disse que só irá se pronunciar depois, quando ao iminente ingresso de Ricardo Coutinho no partido. De outro, revelou que receberá o ex-presidente Lula na Paraíba “se convidado for”.

João afirmou que sua relação com o PT é “republicana, com respeito, com construção”, ” sem atropelos, sem tratorar”, numa referência ao ingresso de Ricardo Coutinho no partido, por imposição do ex-presidente Lula e da deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional da legenda.