O Partido dos Trabalhadores (PT) deu entrada, na terça-feira (6), em um pedido no Ministério das Comunicações para ter seus próprios canais abertos de rádio e televisão.
O documento pede que sejam destinadas ao partido concessões que estejam vagas. “A comunicação por canal partidário específico possibilitaria a justa prestação de informação, uma vez que os partidos políticos são indissociavelmente vinculados à educação política, ao incentivo da participação política e à contínua comunicação com os cidadãos”, defende.
A presidente nacional da sigla, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), explica que a ação é inédita entre os partidos políticos: “A outorga de canais públicos de rádio e televisão vai permitir ao partido ampliar as suas redes, hoje digitais, levando à sociedade informações com credibilidade, incentivo à participação e formação política”, declara a presidente do partido.
A concessão, conforme o PT, seria um complemento à propaganda partidária gratuita.
A deputada federal Any Ortiz (Cidadania-RS) manifesta seu repúdio, além de extrema preocupação e indignação com o documento enviado ao ministro das Comunicações, Juscelino Filho, com pedido de concessão pública para que o Partido dos Trabalhadores tenha os próprios canais de televisão e rádio.
O documento foi assinado pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR), e pelo secretário nacional de comunicação da sigla, Jilmar Tatto (PT-SP), e caberá ao próprio presidente, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, a outorga.
A parlamentar considera que “o pedido é característico de governos ditatoriais e deixa claro que é contra a outorga de canais públicos de rádio e televisão, não apenas para o PT, mas para qualquer partido político”.
Na condição de presidente do Conselho Consultivo de Comunicação Social da Câmara dos Deputados, Any Ortiz não só entende que “o pedido vai na contramão do zelo, do respeito e da pluralidade partidária, como deixa um claro atentado contra o princípio da impessoalidade, que estabelece a imparcialidade na defesa do interesse público, excluindo preferências pessoais ou partidárias”.