O pronunciamento de Michel Temer (PMDB) se agarrou aos bons indicadores da economia para lastrear seu mandato. Resistindo à impopularidade e as deconfianças, o presidente da República enfatizou que não renunciará, não teme investigação e quer uma solução rápida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Temer começou dizendo que seu governo viveu o melhor e o pior momento esta semana. Mas ocorre que todo o esforço da equipe econômica derreteu-se com as delações dos donos da JBS. A base já não acredita mais nele.
A questão é que a governabilidade não depende apenas de um pronunciamento. Temer vem perdendo apoios políticos e já teve a primeira baixa no primeiro escalão, com a saída do ministro das Cidades, Bruno Pereira.
O pronunciamento de Temer não acrescenta em nada a cena institucional do país. Ele fez uma defesa indireta de sua gestão e apelou que o país não pode jogar fora os avanços que em conquistando. Jurou que não comprou o silêncio de ninguém, não tem nada a temer com delações e registrou enfaticamente que a investigação pedida pelo STF servirá para provar sua inocência. Exisgiu investigação plena e rápida para esclarecimento do povo brasileiro.
Pode ser que ele não renuncie, mas estão abrindo mão do seu governo. Com avançar das delações, com vídeos, áudios e fotos, a percepção que se tem é que ele será apeado do poder.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.