Duas usinas termelétricas da Paraíba, a Borborema Energética, em Campina Grande, e a EPASA, em Santa Rita, estão sob ameaça de fechamento, colocando em risco um investimento de 1,5 bilhões de dólares no estado. Para evitar o colapso, o presidente do Sindalcool-PB, Edmundo Barbosa, busca apoio político para intervir junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

“Precisamos sensibilizar a ANEEL para o interesse da Paraíba e do Brasil”, declarou Barbosa, após reunião com representantes do Ministério de Minas e Energia, incluindo o secretário de Petróleo e Gás, Pietro Mendes, e lideranças do setor energético. A mobilização também conta com o apoio do Farol do Desenvolvimento da Paraíba e da FIEPB.

Soluções para garantir a continuidade

Entre as alternativas apresentadas está a transição para combustíveis mais limpos. A UTE Borborema pretende operar com etanol anidro, tornando-se pioneira no Brasil nesse modelo. A mudança, prevista para ocorrer em dois anos, demandará 250 mil litros diários de etanol, produzido por cerca de 20 mil trabalhadores paraibanos. Já a EPASA aposta na conversão ao gás natural e biometano, com capacidade para consumir 200 mil m³ por dia, beneficiando a indústria local e contribuindo para tarifas mais competitivas.

Impacto ambiental e econômico

As conversões prometem reduzir emissões de gases de efeito estufa, fortalecer a segurança energética e estimular a produção de biometano por usinas locais, aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto. “A EPASA depende de maior abastecimento de gás natural vindo de Pernambuco, mas a conversão trará benefícios ambientais e econômicos para o estado”, destacou Barbosa.

Importância estratégica

As termelétricas são fundamentais no Sistema Interligado Nacional (SIN), especialmente em cenários de escassez hídrica e para complementar fontes intermitentes, como solar e eólica. A EPASA, por exemplo, tem capacidade para abastecer cerca de três milhões de residências, garantindo estabilidade ao sistema elétrico.

A mobilização segue em curso, com o Sindalcool-PB e aliados buscando assegurar um futuro sustentável para o setor energético da Paraíba.