A presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), desembargadora Agamenilde Dias, revelou que não haverá convocação de tropas federais para reforçar a segurança nas eleições de 2024 em João Pessoa. A decisão foi anunciada após uma reunião com candidatos e coligações neste sábado (14), onde a segurança do pleito foi um dos principais temas discutidos.
Em sua fala, Agamenilde Dias ressaltou que a convocação de tropas federais é uma decisão que cabe aos magistrados e zonas eleitorais, e que, neste momento, não houve consenso entre eles sobre a necessidade do apoio federal na capital paraibana. “As tropas federais já foram objeto de apreciação pelos magistrados e não há, neste momento, o entendimento de solicitar esse apoio”, afirmou.
A decisão, no entanto, gerou forte reação entre os candidatos da oposição ao atual prefeito Cícero Lucena (PP). Marcelo Queiroga, candidato pelo PL, expressou sua discordância, ressaltando que o clima de insegurança nas eleições municipais é palpável, especialmente com as investigações em curso sobre a relação de autoridades locais com o crime organizado. “A situação tende a se agravar com a proximidade da votação”, alertou.
Os candidatos Rui Carneiro, pelo Podemos, e outros opositores também manifestaram preocupação com a falta de segurança, afirmando que se sentem inseguros ao fazer campanha em comunidades onde integrantes de facções criminosas coagem eleitores. Rui Carneiro, em especial, pediu a quebra do sigilo das investigações da Polícia Federal, que apuram o aliciamento violento de eleitores em áreas dominadas pelo tráfico de drogas.
A negativa do TRE-PB em enviar tropas federais para João Pessoa contrasta com a decisão de reforçar a presença das Forças Armadas em cidades vizinhas, como Bayeux e Cabedelo, o que levanta questionamentos sobre a segurança e a integridade do pleito na capital.
A tensão entre os candidatos da oposição e a Justiça Eleitoral se intensifica à medida que se aproximam as eleições, e a necessidade urgente de uma resposta eficaz para garantir a segurança dos eleitores e candidatos se torna cada vez mais evidente. Com o pleito já marcado por denúncias de influência do crime organizado, a expectativa é de que as autoridades tomem medidas concretas para assegurar um ambiente eleitoral seguro e transparente.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.