Em nota, o Twitter informa que pretende somente permitir este tipo de conteúdo após ter certeza de que possa garantir aos candidatos ferramentas de transparência conforme pede a legislação brasileira. “O Twitter Brasil informa que suas políticas de anúncios não permitirão a veiculação de propaganda eleitoral paga na plataforma durante a campanha de 2018 no país. A legislação eleitoral brasileira estabelece determinadas obrigações relacionadas a transparência por parte de candidatos, partidos e coligações que fizerem propaganda eleitoral paga na internet. Diante disso, o Twitter decidiu iniciar a venda deste tipo de publicidade somente quando as ferramentas apropriadas para facilitar essa transparência estejam disponíveis na plataforma”, explica a empresa.
A Justiça Eleitoral brasileira ainda não tem uma regulamentação específica para propagandas veiculadas em redes sociais. Se por um lado isso cria um ambiente de liberdade para os candidatos, por outro cria um receio de que as publicações possam gerar multas por falta de conhecimento ou interpretação arbitrária da lei.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, os candidatos podem fazer campanha eleitoral nas redes sociais antes de efetivamente começar o período eleitoral, em 15 de agosto. A única proibição, contudo, é que os candidatos peçam diretamente votos aos usuários da rede.
Até o momento, outras redes como Facebook e Instagram não restringem o contrato de publicidade eleitoral.
Após os escândalos envolvendo o uso indevido de dados de mais de 87 milhões de usuários do Facebook, o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, anunciou novas ferramentas para evitar influências em processos eleitorais. A suspeita é de que os dados obtidos na rede social pela empresa Cambridge Analytica tenham sido usados para produção de peças publicitárias nas campanhas de Donald Trump, nos EUA, e no referendo que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit.
Com isso, Zuckerberg anunciou que a rede social está testando uma ferramenta que mostra todas as campanhas ativas relacionadas a uma mesma conta, bem como a origem daquela peça.
A novidade foi testada em duas ocasiões, no Canadá e na Irlanda. Este último país passou por uma consulta pública sobre a legalização do aborto. Segundo levantamentos de instituições do país, apesar da ferramenta, havia campanhas oriundas de outras localidades. Por exemplo, entidades contra o aborto dos Estados Unidos e Canadá estavam bancando ações na rede da Irlanda. Com isso, o Facebook passou a proibir campanhas externas que não fossem feitas por contas de dentro do país, ao menos até o pleito acontecer. A Irlanda aprovou a legalização do aborto em votação no último domingo (27).
Fonte: O Globo
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.