O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encontra-se no centro de uma tempestade de críticas decorrente da aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 68 de 2024, que busca regulamentar a reforma tributária e introduzir a taxação de alimentos ultraprocessados, cervejas e outros produtos. Esta medida, altamente controversa, representa um marco antes mesmo da efetiva regulamentação da reforma tributária, gerando intensos debates e descontentamento público.

Além disso, uma série de novas taxas têm surgido, como a tributação de compras realizadas em plataformas internacionais como Shein, AliExpress e Shoppe, popularmente conhecida como a “taxa das blusinhas”. Tais mudanças têm despertado críticas não apenas dos cidadãos, mas até do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), que, embora tenha expressado inicialmente sua intenção de vetar a taxação, acabou por ceder diante da pressão.

Essa situação delicada tem resultado na atribuição de apelidos pejorativos ao ministro, tais como “Margaret Taxxer”, “ministro Taxadd”, “Taxa Humana”, “Mestre Tai Xei to Taxin Chuan”, “Taxa Meneghel” e “Zé do Taxão”, refletindo a insatisfação generalizada com as medidas fiscais implementadas.

Durante o 9º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo promovido pela Abraji na última sexta-feira (12), Fernando Haddad reconheceu a desconexão entre a percepção da população e os indicadores econômicos, destacando a necessidade de superar desafios comunicacionais significativos. “Tem um desafio de comunicação que não é fácil de superar, que é importante”, afirmou o ministro.

Enquanto isso, o secretário de Comunicação do Partido dos Trabalhadores, deputado Jilmar Tatto (SP), tentou minimizar os apelidos associados ao ministro, afirmando que tais alcunhas não terão impacto. Contudo, a pressão pública e as críticas persistentes revelam um ambiente político e econômico tenso, com a população preocupada com o aumento de impostos e a criação de novas taxas antes mesmo da efetivação da reforma tributária.