Big techs e cerco do TSE embaralham redes na eleição 2024
17 de maio de 2024
Redação

As big techs enfrentarão um novo cenário de pressão nas eleições municipais de 2024, com maior escrutínio global e ações regulatórias em países como EUA, União Europeia e Brasil. Enquanto nos EUA o TikTok está sob pressão e na Europa há esforços para regular as plataformas, no Brasil, a Justiça Eleitoral intensifica o cerco às empresas, gerando debates sobre o avanço além das leis estabelecidas pelo Marco Civil da Internet. As empresas, que têm sido reativas à regulação, não demonstram evidências de ações mais efetivas contra a desinformação eleitoral, enquanto promovem mudanças internas que podem prejudicar essa tarefa. A crescente percepção pública das plataformas como corresponsáveis pela erosão democrática global reflete um ponto de inflexão, especialmente em ano de eleições em vários países. A regulação legislativa na União Europeia e medidas da Justiça Eleitoral brasileira levantam dúvidas sobre o cumprimento das regras pelas empresas. A saída do ministro Alexandre de Moraes da presidência do TSE também altera o cenário, especialmente com a recente decisão que responsabiliza as empresas por conteúdos que afetem a integridade do processo eleitoral. A restrição do acesso a ferramentas de monitoramento pelas plataformas levanta preocupações quanto à transparência e eficácia das ações de moderação. O contexto brasileiro para 2024, marcado pela realização de eleições municipais e pela ascensão das redes sociais na política, gera incertezas sobre o papel das plataformas e a influência nas campanhas. Medidas como a obrigatoriedade de bibliotecas de anúncios políticos e o debate sobre a moderação de conteúdo são fundamentais para combater a desinformação, mas especialistas destacam a necessidade de investimento em equipes de moderação locais e transparência nos algoritmos das redes. O discurso de censura e as disputas políticas também moldam o cenário, com o caso do empresário Elon Musk e sua retórica contra a decisão judicial ampliando o debate sobre a liberdade de expressão e a regulação das plataformas. Enquanto isso, a discussão nos EUA sobre o TikTok pode influenciar indiretamente o debate no Brasil, legitimando discursos a favor de bloqueios. Apesar dos desafios, especialistas ressaltam a importância de não generalizar todas as empresas, destacando que interesses políticos e ideológicos também estão em jogo, além de questões comerciais. O combate à desinformação requer uma abordagem multifacetada, que inclua transparência, investimento em moderação e a promoção do debate público sobre o papel das plataformas na democracia.

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