As big techs enfrentarão um novo cenário de pressão nas eleições municipais de 2024, com maior escrutínio global e ações regulatórias em países como EUA, União Europeia e Brasil. Enquanto nos EUA o TikTok está sob pressão e na Europa há esforços para regular as plataformas, no Brasil, a Justiça Eleitoral intensifica o cerco às empresas, gerando debates sobre o avanço além das leis estabelecidas pelo Marco Civil da Internet. As empresas, que têm sido reativas à regulação, não demonstram evidências de ações mais efetivas contra a desinformação eleitoral, enquanto promovem mudanças internas que podem prejudicar essa tarefa. A crescente percepção pública das plataformas como corresponsáveis pela erosão democrática global reflete um ponto de inflexão, especialmente em ano de eleições em vários países. A regulação legislativa na União Europeia e medidas da Justiça Eleitoral brasileira levantam dúvidas sobre o cumprimento das regras pelas empresas. A saída do ministro Alexandre de Moraes da presidência do TSE também altera o cenário, especialmente com a recente decisão que responsabiliza as empresas por conteúdos que afetem a integridade do processo eleitoral. A restrição do acesso a ferramentas de monitoramento pelas plataformas levanta preocupações quanto à transparência e eficácia das ações de moderação. O contexto brasileiro para 2024, marcado pela realização de eleições municipais e pela ascensão das redes sociais na política, gera incertezas sobre o papel das plataformas e a influência nas campanhas. Medidas como a obrigatoriedade de bibliotecas de anúncios políticos e o debate sobre a moderação de conteúdo são fundamentais para combater a desinformação, mas especialistas destacam a necessidade de investimento em equipes de moderação locais e transparência nos algoritmos das redes. O discurso de censura e as disputas políticas também moldam o cenário, com o caso do empresário Elon Musk e sua retórica contra a decisão judicial ampliando o debate sobre a liberdade de expressão e a regulação das plataformas. Enquanto isso, a discussão nos EUA sobre o TikTok pode influenciar indiretamente o debate no Brasil, legitimando discursos a favor de bloqueios. Apesar dos desafios, especialistas ressaltam a importância de não generalizar todas as empresas, destacando que interesses políticos e ideológicos também estão em jogo, além de questões comerciais. O combate à desinformação requer uma abordagem multifacetada, que inclua transparência, investimento em moderação e a promoção do debate público sobre o papel das plataformas na democracia.
Jornalista, radialista e advogado, formado na UFPB, Hermes de Luna tem passagens nos principais veículos de comunicação da Paraíba. É MBA em Marketing Estratégico e em mídias digitais. Apresentador e editor de TV e rádio, também atuou na editoria de portais e sites do estado. Ganhador de vários prêmios de jornalismo, na Paraíba e no Brasil.